segunda-feira, fevereiro 28, 2011

"Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito." (Machado de Assis)

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Filho Adotivo (Composição: Arthur Moreira e Sebastião Ferreira da Silva)

Com sacrifício
Eu criei meus sete filhos
Do meu sangue eram seis
E um peguei com quase um mês
Fui viajante
Fui roceiro, fui andante
E prá alimentar meus filhos
Não comi prá mais de vez...

Sete crianças
Sete bocas inocentes
Muito pobres, mas contentes
Não deixei nada faltar
Foram crescendo
Foi ficando mais difícil
Trabalhei de sol a sol
Mas eles tinham que estudar...

Meu sofrimento
Ah! meu Deus, valeu a pena
Quantas lágrimas chorei
Mas tudo foi com muito amor
Sete diplomas
Sendo seis muito importantes
Que as custas de uma enxada
Conseguiram ser doutor...

Hoje estou velho
Meus cabelos branqueados
O meu corpo está surrado
Minhas mãos nem mexem mais
Uso bengala
Sei que dou muito trabalho
Sei que às vezes atrapalho
Meus filhos até demais...

Passou o tempo
E eu fiquei muito doente
Hoje vivo num asilo
E só um filho vem me ver
Esse meu filho
Coitadinho, muito honesto
Vive apenas do trabalho
Que arranjou para viver...

Mas Deus é grande
Vai ouvir as minhas preces
Esse meu filho querido
Vai vencer, eu sei que vai
Faz muito tempo
Que não vejo os outros filhos
Sei que eles estão bem
Não precisam mais do pai...

Um belo dia
Me sentindo abandonado
Ouvi uma voz bem do meu lado
Pai eu vim prá te buscar
Arrume as malas
Vem comigo pois venci
Comprei casa e tenho esposa
E o seu neto vai chegar...

De alegria eu chorei
E olhei pr'o céu
Obrigado meu Senhor
A recompensa já chegou
Meu Deus proteja
Os meus seis filhos queridos
Mas foi meu filho adotivo
Que a este velho amparou...

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Viver dói (minha autoria)

Que dor é essa,
que machuca o coração?
Que saudade é essa,
De um tempo que não vivi?


Que lágrimas são essas,
que me enchem de emoção?
Que olhar é esse,
que nunca percebi?

Foi-se a dor,
foi-se a saudade,
foram-se as lágrimas
foi-se o olhar...

Viver dói.

domingo, fevereiro 20, 2011

Trecho de "A festa no Céu" (Folclore Brasileiro)

"Conta-se, lá pras bandas do brejo, que Nossa Senhora, com pena do infeliz sapo, juntou todos os pedaços do seu corpo esparramado nas pedras e o sapo viveu de novo. Aprendeu uma sábia lição: Nosso verdadeiro inimigo está em nós mesmos. Não são os grandes planos que dão certo, são os pequenos detalhes".

A descoberta do amor (Mahatma Gandhi)









Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo.

Saudade da Menina...



Cachorros não são eternos na nossa vida,
mas eles fazem nossas vidas eternas.
(Roger Caras)

Andrea Bocelli & Katherine Mc Phee - The Prayer

Zumbis e Zumbidos III (Antonio Brás Constante)

Alguns temas são como certos monstros que assolam nosso imaginário, quando se acha que o assunto está morto e enterrado ele reaparece repaginado a nos atormentar de novo. Desta vez, o foco são os famigerados chefes. Temos por exemplo, o chefe zumbi. Ele se arrasta pelas empresas, é pegajoso, não sabe se expressar, e quando aparece algum problema se finge de morto, suga seu cérebro na solução de problemas, mas leva o crédito pelo trabalho que você fez. Outro tipo de chefe é o chefe vampiro, que vive morcegando no serviço. Adora tirar o sangue dos funcionários, voa para longe quando tem que resolver alguma coisa, e como todo bom vampiro, vai direto na jugular se por desgraça você comete um erro, dizendo que vai querer o seu pescoço se você não resolver o problema. Não podemos esquecer o chefe múmia, um verdadeiro clássico administrativo. Vive enrolado nas próprias funções, administra a empresa como se vivesse no tempo dos faraós, engessado em burocracias e rotinas sem sentido. Ochefe homem invisível é facil de perceber, já que sempre some quando uma dificuldade aparece. Mas quando você está resolvendo algum assunto pessoal, ou tomando cafezinho, ele reaparece bem atrás de você, sempre com cara de quem não te paga para ficar matando tempo. Já o chefe demônio é aquela figura que parece sempre disposta a transformar sua vida em um inferno. Nunca ouvimos ele falando calmamente, é sempre cuspindo fogo pela boca. Parece que tem o diabo no corpo, a eternidade não existe em seu dicionário visto estar sempre querendo que o serviço seja feito pra ontem. Nas mãos dele você sempre acaba pagando seus pecados e comendo o pão que o diabo amassou. Você também deve conhecer o chefe abominável homem das neves, com seu jeito frio de gerenciar equipes. Te coloca em uma fria atrás da outra. Gosta de deixar rastros por onde passa, dizendo que seus feitos são uma lenda, mesmo que ninguém tenha provas disso. O chefe lobisomem é aquele que até engana parecendo gente, mas no fundo é um cachorro. Um animal corporativo selvagem,  sempre pronto a estraçalhar quem fique em seu caminho. O mérito é sempre dele e ele que não larga ou compartilha esse osso por nada desse mundo.O chefe fantasma tem mesa, sala, um contra-cheque polpudo mas não trabalha nem aparece no serviço. Geralmente encontramos este tipo de chefe em repartições públicas. Enfim, neste mundo monstruoso em que vivemos, devemos torcer para ter como chefe o SHREK, que é um monstro na hora de lutar por sua equipe e que dispõe de todas as qualidades que um chefe deveria ter.

sábado, fevereiro 19, 2011

O Som do Coração

Quando eu decidi escrever este blog, tornei-o impessoal. Acho que já me referi a isso em alguma postagem. Mas hoje não posso deixar de fazer um comentário.

Acabei de assistir o filme "O Som do Coração" (pela segunda vez). E como da primeira vez, voltei a me emocionar. O filme, que trata da história de um menino abandonado e seu amor pela música, me tocou profundamente.

Não sei se ainda terei lágrimas para assistí-lo novamente, mas recomendo. É um filme que merece ser visto e revisto, por quem tem afeto e música no coração.

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

"Para sermos felizes até certo ponto é preciso que tenhamos sofrido até o mesmo ponto". (Edgar Allan Poe)

Annabel Lee (Edgar Allan Poe - traduzido por Fernando Pessoa)

Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.

Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.

E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.

E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.

Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.

Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.

sábado, fevereiro 12, 2011

Meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê! (Florbela Espanca)