domingo, setembro 23, 2007

Quase Nada (Zeca Baleiro e Alice Ruiz)

de você sei quase nada
pra onde vai ou porque veio
nem mesmo sei
qual é a parte da tua estrada
no meu caminho

será um atalho
ou um desvio
um rio raso
um passo em falso
um prato fundo
pra toda fome que há no mundo

noite alta que revele
o passeio pela pele
dia claro madrugada
de nós dois não sei mais nada

se tudo passa como se explica
o amor que fica nessa parada
amor que chega sem dar aviso
não é preciso saber mais nada

sábado, setembro 22, 2007

Banda Batalá - Brasília (DF)


Criada em 1997 pelo baiano Giba Gonçalves, a batucada BATALA surgiu na França, com o objetivo de formar pessoas na arte da percussão, reunindo cerca de 50 músicos interpretando os ritmos afro-brasileiros do Samba Reggae.

Com a formação de multiplicadores, foram realizadas oficinas de dança e percussão, que auxiliaram na difusão do grupo BATALA, que se espalhou por outros países da Europa, como Inglaterra, Bélgica e País de Gales. Hoje, existem grupos estabelecidos nestes países que participam constantemente de eventos culturais, festivais e "carnavais" de rua.

No ano 2000, o brasiliense Paulo Garcia foi responsável pela criação do grupo na Inglaterra, e em 2003, já de volta ao Brasil, criou um grupo BATALA em Brasília, seguindo a mesma proposta de utilizar oficinas como forma de atrair novos participantes, mas com o diferencial de ser formado apenas por mulheres. Hoje o grupo conta com mais de 160 mulheres, de diferentes faixas etárias, da qual tenho a honra de fazer parte.




sexta-feira, setembro 21, 2007

    Tenho tanto sentimento
    Que é freqüente persuadir-me
    De que sou sentimental,
    Mas reconheço, ao medir-me,
    Que tudo isso é pensamento,
    Que não senti afinal.

    Temos, todos que vivemos,
    Uma vida que é vivida
    E outra vida que é pensada,
    E a única vida que temos
    É essa que é dividida
    Entre a verdadeira e a errada.

    Qual porém é a verdadeira
    E qual errada, ninguém
    Nos saberá explicar;
    E vivemos de maneira
    Que a vida que a gente tem
    É a que tem que pensar.

    Fernando Pessoa, 18-9-1933

terça-feira, setembro 11, 2007

TREM LISBOA-PORTO

No trem Lisboa-Porto, viaja uma bela mulher, com um bebê ao colo.
Na frente da mulher, vai sentado um cavalheiro.
Subitamente, o bebê começa a chorar e a mulher tira o peito bem fornido e mete o mamilo na boca do infante. Contudo, a criança continua a chorar e a mulher diz-lhe:
-Meu filho, chupa a mama, senão dou-a a esse senhor à frente.
O bebë adormece e, passados quinze minutos, volta a rebentar em choro.
E a cena se repete:
Meu filho, chupa a mama, senão dou-a a esse senhor à frente.
A criancinha mama novamente, adormece e meia-hora depois acorda, a berrar desesperadamente.

Assim foram viajando e a cena repetindo-se de tempos em tempos.
Quando faltavam poucos quilômetros para chegar ao Porto, mais uma vez a pobre criança acorda e começa a berrar novamente.
De repente, o cavalheiro se levanta e grita para a mulher:
-Ora, pois, minha senhora!!! Veja lá se o menino se decide depressa! Eu já devia ter descido em Coimbra e cá ainda estou à espera da decisão do miúdo!